Nem tudo está perdido na Câmara.
Aparentemente ainda há deputados que se preocupam com aquela coisa batida, maltratada, ridicularizada e esquecida em alguma mala de dinheiro, chamada ética. Mas, já aviso logo, como todo gato escaldado, eu não ponho minha mão no fogo por ninguém. Porém, se os petistas do Zé Dirceu andam perseguindo o deputado José Eduardo Cardozo (PT-SP), é sinal de que este deve ser, pelo menos, uma pedra no sapato deles, o que já é lucro.
Leio que este mesmo José Eduardo Cardozo e o Gustavo Fruet (PSDB-PR), que foram sub-relatores da CPI dos Correios, estão cobrando da presidência do Senado informações concretas sobre o que foi feito a partir das recomendações da comissão, cujo relatório pediu o indiciamento de mais de 100 pessoas por envolvimento no escândalo do mensalão, além das recomendações feitas ao Ministério Público e aos ministérios das Comunicações, da Fazenda e da Justiça, entre outros.
A CPI dos Correios também propôs 21 projetos de lei, entre eles, o pacote de combate à corrupção por meio do aumento da fiscalização do setor público. A Procuradoria Geral da República indiciou 40 pessoas.
Porém, como tudo nestepaiz, apesar da imensidão de provas e do rio de dinheiro gasto com a CPI, ainda praticamente nada andou.
Por quê? Ora, basta dizer que, apesar do prazo para responder à câmara ou ao senado sobre as providências adotadas ou para se justificar pela omissão ser de um mês, a partir do recebimento do relatório, das 19 autoridades que receberam o documento, 15 não prestaram contas ao congresso nacional, de acordo com informações da própria câmara dos horrores, digo dos deputados.
Sempre caímos no velho problema brasileiro: normas existem aos quilos, mas falta comando, controle ou vontade de fazer com que sejam cumpridas.
E, nós ficamos com cara de palhaços, como sempre também. Mas, deve haver algo que podemos fazer a esse respeito. O que será?
