sexta-feira, 16 de novembro de 2007

Carta aos Senadores

Segue abaixo a carta enviada aos Senadores a respeito da CPMF. Somente não enviei aos Senadores lulo-petistas, pois perderia meu tempo e não tenho tempo para perder com surdos mentais.

Meu prezado Senador:


Teço aqui respeitosamente algumas considerações que entendo possam ajudar V. Excelência a pensar melhor sobre o assunto da CPMF.
Mas o que se pode falar mais sobre o assunto CPMF?

1-Rebato as afirmações do Ministro Mantega e do líder Jucá quando dizem que isentar quem ganha até 2.894 reais do tal tributo estarão isentando 35 milhões de cidadãos.
Meia-verdade, Senador.Mero jogo de palavras, Senador.
Esses cidadãos na realidade estarão isentos somente dos 0,38% sobre sua movimentação financeira. Ou seja, se movimentarem a totalidade desta quantia em bancos em um mês, deixarão de pagar somente R$ 10,94 mas continuarão pagando indiretamente R$ 43,98! Está amplamente comprovado que a CPMF possui um fator multiplicativo perverso na economia da ordem de 5 vezes. Ou seja, 0,38% viram no preço final dos produtos que estão nas gôndolas dos supermercados, nas lojas de eletrodomésticos, nos preços dos serviços, um repasse embutido de quase 2%. Assim estes 35 milhões continuarão pagando 1,52% de CPMF embutidos nos preços dos produtos e serviços.

2-Argumentos técnicos à parte, existe ainda o argumento político. A declaração recente do Presidente, defendendo de forma canhestra o proto-ditador Chavez nos mostra que está em curso sim, uma tentativa de subverter o regime democrático. A Senadora Kátia Abreu provou que o governo pode sim, prescindir da renda da CPMF, bastando efetuar um corte de gastos. Logo, esse dinheiro arrancado do bolso do cidadão, sobrará para que? Para comprar mais consciências com emendas e cargos? Para facilitar as manobras de bastidores visando a alteração das regras eletivas? Para facilitar a mudança destas regras no meio do jogo?

Eu penso que o senhor com base no seu passado de luta democrática não poderá ser parceiro deste jogo . O governo pode muito bem perder sim esta renda e no ano que vem enviar projeto recriando a CPMF ou seja lá o nome que vier a ter, com alíquota simbólica que visará combater a sonegação somente. O mundo não vai acabar, o Brasil não vai quebrar com isso. É bom lembrar sempre que se Lula tem 60% de aprovação, tem 40% de desaprovação e 40% não é percentagem desprezível. São pelo menos 40 milhões de brasileiros. E são exatamente os que produzem e pagam a maioria dos impostos.

Portanto prezado Senador: Fosse eu o senhor, pensaria muito bem. Vá às ruas das cidades de seu estado Senador e verá que 80% dos cidadãos informados são contra este tributo perverso. A retirada da CPMF reduzirá a carga tributária em 1,57% do PIB. Ainda ficarão 35% do PIB arrecadados em forma dos outros 75 tributos que sobrarão para atazanar a vida do cidadão. A carga tributária continuará sendo uma das maiores do mundo.

3-Mas será o primeiro passo. O segundo será a reforma tributária que poderá simplificar a vida do cidadão pois segundo as notícias , as empresas gastam em média 2800 horas de seus funcionários por ano só para cuidar de tributos. Esse valor não está contabilizado na carga tributária. Se considerarmos o valor desta hora correspondente a de um funcionário com ganho médio de 2 salários mínimos mensais, corresponde a um custo anual de R$ 24.181,00 entre salários e encargos. Multiplique isso pelos 5 milhões de empresas brasileiras. Quanto dá? 120 bilhões de reais anuais que são incorporados ao custo Brasil! Despesa totalmente improdutiva pois na prática estes empregados estão a serviço do poder público e não a serviço da produção.

4-Enfim, o senhor prefere votar a favor do bem de 40 milhões de miseráveis que também pagam a CPMF mesmo que de forma indireta e de uma minoria altamente privilegiada encastelada no poder ou votar a favor de todo o Brasil? Afinal, somos 180 milhões, não é?

Cordiais Saudações