Ontem foi o dia. O STF ouviu especialistas pró e contra a pesquisa com células-tronco. Por se tratar de um assunto urgente, o julgamento ainda não tem data marcada. O ministro encarregado da análise da questão, Carlos Ayres Britto, deverá dar seu voto até o início do recesso do tribunal, 1º de julho.
Para o ministro o debate foi muito produtivo. “Temos pontos de vista bem fundamentados, nem sempre você decide entre o gritantemente certo e o salientemente errado. As opções não são assim. Às vezes você tem que decidir entre o certo e o certo; em outras vezes, você tem que decidir entre o certo aparente e o certo aparente”, disse. Em resumo, joga-se uma moedinha e pronto.
Três coisas me chamaram a atenção. A primeira é algo que nunca me toquei. A Igreja Católica acredita que a vida começa na fecundação. Mas o Brasil é um país pluralista, então qual é a opinião das outras religiões?
A segunda é de uma pobreza bizarra. Cláudio Fontelles, o procurador-geral à época, recorreu ao STF para que os estudos fossem proibidos. Alegou que as pesquisas ferem o preceito constitucional da dignidade da vida humana. “Eu defendo a vida humana, que começa com a fecundação. A minha luta é pela vida humana. Isso está no artigo 5º da Constituição”, disse. Que eu saiba o artigo 5º da constituição não diz que a fecundação é o início da vida. Os possíveis beneficiados com a pesquisa que acham que o ex-procurador está errado reclamem diretamente com Jesus.
E, por último, recesso em julho?
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