“Mesmo sendo presidente de todos, eu continuarei fazendo o que faz uma mãe, cuidando primeiro daqueles mais necessitados, daqueles mais fragilizados, daqueles que mais precisam do Estado brasileiro”.
Lulla da Silva, no discurso de posse
Enquanto as formigas trabalham, as cigarras, as hienas, os chacais e as serpentes tramam nas praias, nos iates e nas mansões dos operários, representantes dos pobres, dos sem terra, dos sem comida, dos sem tudo.
Na última semana do ano passado, inúmeros parlamentares apareceram na mídia criticando o congresso nacional, usando a máscara da indignação, ao afirmar que aquela fora a pior legislatura na história desse país. Enquanto isso, tramam para eleger um dos dois lacaios para a presidência da câmara de horrores.
Nessa questão, o partido que se vende para todos os governos já se decidiu e, com isso, sinalizou quem é o preferido do líder.
O bronzeado líder, por sua vez, não é bobo, nunca foi. Aparentemente, saiu de cena, deixando que os cães se mordam (mordidas de amor). Enquanto isso, analisa o quadro dos cargos comissionados – uma bagatela de 22 mil para os companheiros, aloprados ou não – porque, qualquer dos dois candidatos que vier a comandar os vendilhões, será sempre seu aliado.
Qual dos candidatos á presidência da câmara sinalizou com a necessária preocupação com os rumos daquele ninho de todas as serpentes que envenenam a vida brasileira?
Reforma política? Revisão dos critérios para emissão de medidas provisórias? Resgate da imagem do congresso? Definição de como será o financiamento de campanha? Ora, a quem interessa isso? Os “representantes” têm mais com o que se preocupar que os seus representados.
O que importa é criar e garantir suas indecentes prerrogativas, tanto monetárias, quanto aquelas relacionadas à impunidade: salários, ajudas de custo, extorsão de funcionários dos gabinetes, venda de leis ou artigos de leis, emendas parlamentares em proveito próprio, esconderijo de criminosos, etc., etc., etc.
O que importa mesmo é permanecer ao lado do líder que cuida dos necessitados, “daqueles que mais precisam do Estado brasileiro”, ou seja, seus aliados.
O que importa acima de tudo é que ambos os lacaios já sinalizaram com os 91%. E não haverá choro nem vela que os demoverão da bolada.
E vamos pagar mais essa, meus amigos. E vamos continuar pagando indefinidamente porque somos omissos e submissos. Somos cordeirinhos alimentando os lobos, cada vez mais vorazes, cada vez mais ricos, cada vez mais poderosos, com o seu e o meu dinheiro.
Por isso, amigos, temos que exercer nosso direito de pressão sobre os deputados, lembrando-os do significado daquela casa (que já foi de leis) para a democracia; lembrando-os do respeito que devem à instituição legislativa; lembrando-os que esse respeito só se realizará efetivamente quando as excelências fizerem o trabalho para o qual foram eleitas; lembrando-os de que a escolha de serviçais do executivo desonrará ainda mais aquela casa de má fama.
Vamos enchê-los de mensagens, vamos apelar para os governadores dos estados, vamos nos mexer para levá-los a escolher como presidente, não um representante de Lulla da Silva e sim, um representante do povo brasileiro, ou seja, um pessoa digna, honrada e corajosa.
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